Dieta do índio é a sabedoria de volta à mesa

Ficamos modernos, mas vulneráveis para ameaças que perseguem nossa saúde desde as cavernas. A alimentação dos povos nativos pode ajudar no combate às doenças da vida moderna. É a sabedoria de volta ao cardápio.

A diversidade de alimentos que existe no mundo é incrível. Cada fruta, vegetal ou grão contém nutrientes que podem nos proteger de quase qualquer doença. O problema é que nem todos podem ser comercializados. Por serem resistentes à pragas, fáceis de colher e transportar ou simplesmente por serem mais bonitas que outras, apenas algumas espécies foram escolhidas para produção em escala. Ou seja, são as indústrias e governos, por motivos puramente econômicos, que decidem o que podemos ter no prato.

Não era assim. Nos primórdios, tribos e povos indígenas estavam com seus sistemas de alimentação resolvidos. Sua dieta era complexa, autosuficiente, extremamente variado e nutricionalmente balanceada. Quando a descoberta do Novo Mundo colocou em choque civilizações tão distintas, muita coisa se perdeu no processo.

Ou seja, enquanto seres evoluídos, nos afastamos de nossas origens. Principalmente no que diz respeito ao consumo de nutrientes que poderiam nos proteger com maior eficácia. Os resultados afetam até os próprios índios, confrontados com a facilidade das comidas processadas, que abusam da farinha de trigo branca, do açúcar e dos óleos refinados.

A ficha caiu com a busca atual por um modo de vida mais saudável. De repente, achamos que quinoa e chia, os chamados superalimentos são novidade, mas fazem parte da alimentação de povos indígenas há milhares de anos. Recentemente, adiantamos a moda da farinha de teff: o menor e mais nutritivo grão do mundo que fornece energia para tribos da Etiópia, onde, convenhamos, é difícil conseguir diversidade nutricional acessível.

Antigos xamãs das tribos nativas da América do Norte planejavam o sustento de suas tribos por sete gerações, passando os ensinamentos a cada uma, para que esta sabedoria nunca se perdesse. Quando este modo se vida se alterou, este elo foi perdido.

Embora encontrar este tipo de alimento seja difícil e mais caro, acreditamos que, a longo prazo, o investimento vale a pena.

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Teff, base da alimentação de tribos na Etiópia, começa a chegar ao mercado

quinoa

O grão perdido dos Incas, tribo do Peru pré-colonial, a quinoa é um exemplo da sabedoria de volta à mesa

chia

A chia estava na mesa dos Astecas, povo indígena que habitou o México

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