A promessa da “hot yoga”

Os adeptos garantem que funciona. Os demais não têm como acreditar nos alegados benefícios. Afinal, será seguro praticar ioga num ambiente a 40ºC?

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Pelos resultados que alegadamente proporciona, a “hot yoga” (ou Bikram) ganhou enorme visibilidade.

O método consiste em praticar yoga em uma sala aquecida a 40ºC, durante 90 minutos.

Criada na Índia, a alta temperatura visa simular um dia de verão em Calcutá.

Embora popular, a “hot yoga” acaba de ganhar o primeiro estudo a respeito.

A pesquisa foi feita pela Universidade Colorado State (Estados Unidos).

Para averiguar o verdadeiro potencial de emagrecimento da prática, foram feitos dois experimentos.

O primeiro envolveu jovens sedentários, porém saudáveis, sem nenhuma experiência com yoga.

Após dois meses e 24 sessões de Bikram, estes voluntários registraram pouco ganho de força.

E quase nenhuma perda de peso.

No segundo experimento, foram analisados os professores de Bikram.

Eles tiveram monitoradas suas temperaturas, batimentos cardíacos e gasto de energia durante uma aula.

Aqui, enquanto temperatura e batidas do coração registraram níveis elevados, o metabolismo permaneceu quase inalterado.

O que explica os resultados decepcionantes encontrados no primeiro estudo.

A expectativa era de que fosse registrada perda de mil calorias por aula.

Mas, na verdade, homens queimaram uma média de 460 Kcal.

Enquanto as mulheres queimaram apenas 330 Kcal.

A estimativa é de que a conta não fecha em favor da saúde.

Afinal, há o elevado trabalho para o coração, que tenta resfriar o corpo.

Os adeptos creem que este esforço fortalece o órgão, mas há quem receie esta sobrecarga.

Com o suor, também perdem-se muitos eletrolíticos, o que aumenta ainda mais o risco da prática para certas pessoas.

Um outro estudo, ainda mais recente, questiona os benefícios da prática.

Sem dizer que faz mal ou bem, mas simplesmente declarando a prática ineficaz.

Esta pesquisa foi publicada no periódico científico Experimental Physiology.

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O criador do método, Bikram Choudhury, em uma de suas concorridas aulas

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