Preço a se pagar

O caminho pela saúde passa pelo bolso. Intervenção do governo ao sobretaxar refrigerantes na Filadélfia reduziu o consumo pela metade após o primeiro ano da medida.

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Para reduzir a obesidade, algumas iniciativas oficiais têm dado certo.

Uma delas é cobrar mais pelos itens que se quer reduzir o consumo.

Entre eles, o mais visado é a categoria dos refrigerantes.

Uma sobretaxa foi adotada em alguns países, como México e África do Sul – leia mais aqui.

Como a iniciativa é recente e decentralizada, pouco sabemos de sua eficácia.

Agora, surgem pistas de que funciona.

Em janeiro de 2017, Filadélfia tornou-se pioneira entre as cidades americanas a implementar a tributação das bebidas adoçadas vendidas em seus limites.

O tributo equivalente a cerca de R$ 0,50 por litro é único no país, ao incluir também as bebidas diet.

Um estudo investigou as mudanças após um ano.

A pesquisa foi feita pela Universidade da Pensilvânia.

Nela, foram analisadas as vendas de 291 lojas, de quiosques a supermercados.

O objetivo foi comparar as mudanças entre 1º de janeiro de 2016 (pré-imposto) e 31 de dezembro (pós-imposto).

Os dados foram cruzados com os da cidade de Baltimore, que não adotou a lei.

Como resultado, as vendas das bebidas tributadas caíram em 38%.

Também não houve aumento significante nas vendas de outras bebidas.

O que sugere que os consumidores não estão substituindo os tributados por produtos não tributados.

As empresas tampouco reclamaram.

Não houve desemprego entre os que seriam mais afetados pela medida, como os supermercados.

Além do alto preço, pesou na adesão ao menor consumo a destinação do tributo.

A receita extra financia a reconstrução de parques e colabora com a educação gratuita na idade pré-escolar.

Em tão pouco tempo, as conquistas impressionam.

E chamam a atenção para o exemplo como uma medida legítima de saúde pública contra a obesidade.

O estudo foi publicado no periódico científico JAMA.

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