O tamanho da lição

Para ser bom em algo, é preciso treino. E 10 mil horas de prática podem transformar qualquer um em especialista do que quiser. Agora, novo estudo revisa este limite. Ficou mais fácil ou mais difícil?

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É possível mudar o rumo da vida e passar a tocar violoncelo, por exemplo?

Se você investir 10 mil horas da sua vida nisso, sim.

Basta praticar 20 horas por semana, 50 semanas por ano, 10 anos seguidos para você ser o que quiser.

Pode ser violoncelista, piloto de avião ou um neurocirurgião.

Por ser tão inspiradora, esta teoria ganhou status de verdade científica – leia mais aqui.

Mas não é.

Um estudo recente refutou o prazo, criado a partir do trabalho do psicólogo Anders Ericsson.

O esforço reuniu pesquisadores de cinco universidades.

Foram elas Liverpool (Reino Unido), Michigan State, Rice e Southern Illinois (Estados Unidos).

No estudo, foram analisados dados de seis pesquisas anteriores de competições de xadrez (1.083 indivíduos).

E oito sobre competições entre músicos (628 indivíduos).

Foram observadas as correlações existentes entre prática e sucesso.

E encontradas enormes disparidades na quantidade de mestres de xadrez e músicos de elite que praticaram.

Um jogador de xadrez, por exemplo, levou 26 anos para atingir um nível que outro alcançou em dois anos.

Na verdade, a prática influenciou os níveis de desempenho em jogadores de xadrez e músicos em cerca de 30%.

O restante do sucesso foi atribuído ao inexplicável, ou a outros fatores.

Como a personalidade, a idade em que iniciou, inteligência ou algo totalmente diferente.

Em outras palavras, a prática é ótima e pode fazer a diferença.

Mas, não basta o esforço pessoal único para fazer de ninguém um novo Yo Yo Ma.

Aparentemente, a teoria anterior analisou muitos iniciantes e menos mestres.

Portanto, não se culpe se as lições de música da infância de nada serviram.

O estudo foi publicado no periódico científico Intelligence.

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