Imagem e semelhança

Imagem e semelhança

Em Miami, eles vêm com tatuagens. Em Nova York, com pêlos pubianos à mostra. Assim como mudam os costumes e padrões estéticos, o manequim como o conhecemos está com os dias contados. Quem diria? Hoje, a beleza ideal não é mais aquela.

Com a cintura mais encorpada, seios desproporcionais e um traseiro enorme. É assim que os consumidores dos Estados Unidos estão encontrando os manequins que expõem as roupas à venda, em diversas lojas. Segundo o varejo daquele país, as versões mais realistas estão conquistando o terreno dos tradicionais bonecos magros e altos que, desde 1900, estimulam a venda de itens do vestuário. Esta é uma estratégia para agradar ao consumidor atual – que, na verdade, não frequenta academia, não é tão bonito assim e está bem acomodado com sua forma física. E, o que é pior, prefere comprar online.

Como modo de fisgar os cada vez mais raros compradores “em carne e osso”, as lojas de rua e aquelas localizadas em shoppings têm investido em expor suas mercadorias em manequins “reais”. Afinal, 42% das pessoas são motivadas pelo que vêem nestes bonecos. Sua influência só perde para indicações de família e amigos. Para tornar os bonecos ainda mais autênticos, os fabricantes estão acrescentando detalhes imperfeitos em suas obras-primas, que chegam a custar até 1.500 dólares.

A evolução do estilo dos manequins impressiona. No início, nos anos 1900, os bonecos apresentavam apenas a parte de cima, o torso. Os primeiros eram feitos de cera, e decorados com cabelo humano e dentes de porcelana. Nos anos 1960, com sua popularização, passaram a copiar a imagem de celebridades, como a modelo britânica Twiggy. O primeiro manequim negro surgiu em 1967, com as formas da modelo Donyale Luna. Nos anos 1980, os manequins perderam o rosto ou até a cabeça inteira. Agora, tudo muda de novo. Graças às novas gerações, que não viram os manequins realistas, a moda está de volta.

Para seguir a tendência, os fabricantes, antes de forjar seus moldes, estão estudando e “escaneando” os corpos de milhares de pessoas. Alguns parecem exagerar. Recentemente, a rede American Apparel atraiu atenção ao colocar nas vitrines manequins com pelos pubianos, nas lojas de Nova York. Segundo o porta-voz da marca, o número de pessoas nas lojas aumentou 30%.

E você, o que acha desta tendência?

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Versões realistas dos manequins atuais apresentam silhuetas variadas

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Realistas: quadris maiores, seios irregulares e costas mais largas

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Manequim na vitrine da American Apparel: pêlos pubianos

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