Entrega indesejada

As novas gerações definitivamente não cozinham e os entregadores de aplicativo, com suas bikes para cima e para baixo, são a prova. Problema à vista: estudo revela que as embalagens de comida para viagem podem ser fonte de produtos químicos sintéticos no sangue.

Leia mais:

Sal de plástico – Amostras do mundo todo revelaram microplásticos
Peso extra que vem dos plásticos – Embalagens podem interferir no metabolismo

As embalagens de alimentos para entrega precisam conservar a temperatura.

Mas não conseguem fazer isso impunemente.

Para tal, precisam ter em sua composição os PFAS, abreviação de perfluoroalquil e polifluoroalquil.

São produtos químicos resistentes ao calor e que não se degradam facilmente.

O ácido fosfínico perfluoroalquil, por exemplo, é usado em frigideiras antiaderentes.

Afinal, quanto destes produtos vai parar em nossos organismos?

Foi o que se propôs investigar uma equipe do Silent Spring Institute (Estados Unidos).

No estudo, foram analisados dados de 10 mil pessoas, coletados entre 2003 e 2014.

Os participantes forneceram amostras de sangue, além de informações dos alimentos consumidos.

Os PFAS foram detectados em três de cada quatro amostras colhidas ao longo do estudo.

As concentrações foram menores nas pessoas que fizeram mais refeições em casa.

E mais altas nas que comeram mais delivery e fast food.

Para cada mil calorias de alimentos ingeridos em casa todos os dias, a concentração de PFAS caiu em até 5%.

Então em casa estamos seguros?

Veja que não é bem assim.

Os níveis foram até 5% mais altos para cada 100 Kcal de pipoca de microondas consumida diariamente.

Sim, os produtos químicos da embalagem provavelmente haviam penetrado nos alimentos.

Não está claro quais são os efeitos a longo prazo da exposição ao PFAS.

Sabemos que alguns desses produtos químicos podem permanecer no corpo por anos.

Entre os efeitos estão o ganho de peso.

E prejuízos para a fertilidade, o desenvolvimento infantil e o sistema imunológico.

Em novembro de 2019, a Dinamarca passou a proibir o emprego do PFAS em embalagens de alimentos.

Vamos aguardar a questão sensibilizar as autoridades nacionais.

O estudo foi publicado na revista científica Environmental Health Perspectives.

A verdade é que comer o que se prepara é mais saudável.

E nem é tão complicado.

Veja um receita fácil de pão de couve-flor – clique aqui.

Tags: , , , , ,