Conta que não fecha

Observamos um impressionante aumento de praticantes do veganismo. Mas algo não bate: dados econômicos revelam que as vendas de carne não estão caindo.

Leia mais:

Preferências do futuro – Heinz investe em comida disruptiva
Repensando os snacks – Veja os lançamentos de laboratório de inovações

A alimentação a base de plantas vem crescendo em todo o mundo.

E a tendência também está em alta no Brasil.

Segundo pesquisa do Ibope (abril/2018), hoje 14% dos brasileiros são vegetarianos.

Em São Paulo, esse número chega a 16%.

Nos Estados Unidos, houve um aumento de 360% no veganismo na última década, de acordo com a Vegan Society.

Se menos pessoas estão comendo, por que as vendas de carne não caem?

A situação foi exposta em um relatório recente da Kantar Worldpanel.

Ele mostrou que, nas 12 semanas anteriores a 27 de janeiro de 2019, não houve queda geral nos volumes de carne, peixe e aves comprados em supermercados.

Deve-se considerar as festas natalinas no período, onde o preparo de assados é tradicional.

Ainda assim, o retrato é significativo.

Fica fácil pensar que a conta não fecha porque muitos que se dizem adeptos estão mentindo.

Mas a principal razão é simples: tornar-se vegano é muito difícil.

Em muitos lugares, faltam opções.

Para muitos iniciantes, fraquejar é confortável.

Ao mesmo tempo em que manter uma imagem positiva é tentador.

Em resumo, a alimentação a base de plantas poderá um dia suplantar as fontes de energia predominantes.

Estamos todos muito otimistas diante deste possível cenário.

O mesmo relatório revela 27% dos lares brasileiros declaram ter feito mudanças na alimentação.

Destes, 50% deles dizem ter diminuído o consumo das carnes vermelhas.

Inúmeras startups investem lançamentos de comida disruptiva – leia mais aqui.

Eu faço minha parte, compartilhando nas redes sociais minhas melhores receitas sem carne.

Entretanto, a verdade é que, no momento, o declínio de seu consumo não é tão acentuado quanto se pensava.

Tags: , , , , , , ,