Com a boca no mundo

Com a boca no mundo

Pela transparência no prato. Para oferecer alimentos com cores e brilho que atraiam a atenção, fabricantes utilizam substâncias que afetam nossa saúde. Organizados, consumidores colocam a boca no mundo, via online, contra o perigo colorido nas refeições.

Quem diria que um confete poderia fazer mal? Ou um pedaço de frango frito? A ameaça não vem em porções, mas com o consumo cotidiano de alimentos que utilizam corantes, conservantes e elementos químicos em suas fórmulas. Muitas vezes, sem comunicar à população.

Nos Estados Unidos, casos como o do corante azul utilizado no chocolate M&M chamam a atenção para a reação dos consumidores. Pressionada por um abaixo-assinado organizado por Renee Shutters, com 142 mil participações via internet, a Mars, empresa fabricante da marca, vai substituir o ingrediente à base de petróleo por uma essência de algas, ainda em estudo. A rede de fast food Chick-fil-A, que também usa corante derivado de petróleo em seu frango frito, pressionada pela blogueira Vani Hari, que colheu 200 mil assinaturas, comprometeu-se publicamente a trocá-lo por bases naturais de páprica e açafrão.

A luta continua. A troca de corantes artificiais por compostos naturais não vai sair barata para a indústria. Com eles, os produtos não ficam tão brilhantes, coloridos ou estáveis. As marcas utilizam xaropes de frutose à base de milho, gordura saturada e sódio em excesso (e sem aviso) simplesmente porque sempre foi assim. Mas o que está mudando é o comportamento do lado de cá do balcão. Maior consciência sobre o que comemos está pressionando os fabricantes a pegarem leve. Quando tiramos todos os corantes, o que temos é a transparência. É disto que nossa refeição está precisando.

Com a boca no mundo

Foi para cuidar de seu filho Trenton que Renee Shutters recolheu assinaturas contra corante azul

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