Cerco ao açúcar

O cerco ao açúcar dá seus sinais. Na África do Sul, Coca-Cola muda a sua fórmula e retira nada menos que 26% do açúcar para não sofrer sobretaxa de seu produto. E por aqui?

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Medidas que reduzam o consumo de açúcar são necessárias.

Seu consumo está associado diabetes, obesidade e problemas do coração.

Por sua parte, as indústrias só o farão voluntariamente ou por ação do governo.

Neste caso, significa que introduzir um imposto sobre bebidas açucaradas.

A medida foi adotada em alguns estados norte-americanos.

E poucos países, como México, Reino Unido, Irlanda, Portugal, França, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos.

E também a África do Sul.

Lá, o governo impôs um Imposto de Promoção da Saúde.

Devem ser pagos 2,1 centavos por grama de açúcar em todas as bebidas açucaradas.

O limite tributável começa acima de 4 g de açúcar por 100 ml.

Para cumprir a meta, a Coca-Cola daquele país conseguiu reduzir seu teor de açúcar em até 26%.

A notícia foi dada por Camilla Osborne, chefe de Comunicações da Coca-Cola Sul e Leste da África.

“Na África do Sul, ao longo de dois anos, reduzimos o teor médio de açúcar em nosso portfólio em 26%”.

“À frente dos compromissos do setor de 15%”.

A empresa argumenta seguir a tendência.

Ao apostar em uma gama de opções sem açúcar e baixas calorias.

E ao transferir investimentos de marketing, para promover as opções sem ou com baixo teor de açúcar.

“Reconhecemos que muito açúcar não é bom para ninguém”.

No Brasil, optou-se pela ação voluntária da indústria.

O que representa um caminho mais lento.

Governo e setor decidiram, em novembro de 2018, firmar um pacto.

A meta é reduzir o açúcar de bebidas e alimentos.

E retirar do mercado, de forma gradual e até 2022, 144 mil toneladas em algumas categorias.

Em bebidas açucaradas, a meta é até 33,8% menos açúcar.

Isso representa no fim de 2020 ter 11 gramas de açúcar em 100 mililitros de produto.

Reconhecemos que muitos fabricantes estão indo na direção certa sobre a redução de açúcar.

Mas a indústria precisa ir mais longe, mais rápido e mostrar liderança na questão.

O Brasil é o quarto maior consumidor do ingrediente no mundo.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o nutriente corresponda a, no máximo, 10% das calorias ingeridas ao dia (idealmente, seriam apenas 5%).

Mas os brasileiros atingimos 16,3%.

Contra a gordura trans, também dependemos de compromisso da indústria.

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